Celina Pereira Pedro

12/10/2023

Celina Pereira Pedro

Celina Pereira Pedro, 85 anos - completados no dia 12 de outubro de 2023 - nascida em Santa Cruz do Rio Pardo, no dia 12 de outubro de 1938. Filha da baiana Maria Bela de Jesus e de João Pereira. Maria Bela de Jesus, quando veio da Bahia para Santa Cruz do Rio Pardo, estava grávida de Dona Celina. Chegando em Santa Cruz fixou residência em um sítio, em São Pedro do turvo. Nesse sítio havia uma escola que ficava bem longe de onde dona Celina morava, ela é outras pessoas que moravam próximas iam para escola a pé, todos os dias, com chuva ou sem chuva. Dona Celina estudou até a quarta série do ensino fundamental. Tinha 13 anos quando concluiu os estudos (1951). "Naquela época, quem estudava até a quinta série do ensino fundamental, já podia ser professora", mas na escola que ela estudava, o ensino ia até a quarta série somente. O tem passou e Dona Celina conheceu o Sr. Matheus Pedro, que cuidava de gados e trabalhava em um Lacticínio, em São Pedro do turvo, namoraram pouco tempo, cerca de um ano e se casaram. Nessa época o Sr. Matheus bebia moderadamente. j Em São Pedro do Turvo-SP , tiveram 5 filhos, depois mudaram-se para a Chácara Recreio, em Santa Cruz do Rio Pardo-SP e tiveram mais 3 filhos. Depois vieram para cidade e passaram a residir na Vila Gonzaga, atrás da Igreja São Benedito, onde nasceu mais um filho. Nessa época, as dificuldades financeiras era aparente. Sr Matheus passou a trabalhar de servente pedreiro e Dona Celina, trabalhava como faxineira, lavava e passava roupas de terceiros em casa, numa época em que não existia as máquinas de hoje. Lavava no tanque, a mão. Durante 1 ano lavou as roupas dos jogadores da Esportiva Santacruzense. A casa da Vila Gonzaga era um casa antiga grande, com um sala de entrada, o quarto onde dormiam Dona Celina e Sr. Matheus, uma sala de jantar que nós, os filhos, chamávamos de sala do meio, um quarto grande onde dormiam todos os filhos: numa cama de casal dormiam as meninas e em um beliche e numa cama de solteiro, dormiam os meninos. Na hora do almoço, Dona Celina conta que primeiramente dava comida para todas as crianças se sobrasse comida ela e Sr. Matheus, comiam. "Sempre sobrava". Os filhos foram crescendo e começaram a trabalhar, ajudando no orçamento da casa. A partir daí, o Sr Matheus começou a beber mais e mais, o que comprometia o trabalho de servente pedreiro, pois quando bebia muito não ia trabalhar... E passou a ter brigas e discussões em casa, por causa da bebida. Um dia Sr. Matheus chegou bêbado em casa e queria bater nos filhos, Dona Celina imediatamente reagiu: "para bater nos meus filhos, bêbado, tem que passar por mim, bêbado não educa filho" Sr. Matheus pegou uma faca e Dona Celina, ao tentar desarma-lo cortou a mão. Sempre que Sr. Matheus chegava bêbado, querendo briga, Dona Celina o enfrentava. Ouve uma ocasião em que um dos filhos Mais velhos, vendo o pai bêbado partindo para cima da mãe em uma briga, armou um soco para bater no pai, nesse momento Dona Celina interferiu dizendo: "Filho não bate no pai, ele é bêbado, mas é seu pai, e você deve respeita-lo". Nunca mais aconteceu coisa semelhante. Dona Celina pensou em separar do Sr. Matheus, por causa da bebida, mas aconselhada por vizinhos amigos resolveu tirar essa ideia da cabeça. Uma vez Dona Celina ficou doente e foi internada na Santa Casa de Santa Cruz, tomou uma medicação que teve reação em seu corpo, aconteceu que nasceu bolhas em seu corpo todo, dos pés a cabeça. Os médicos, achando que era fogo selvagem, a desenganaram é mandaram-na para casa. Vizinhos e amigos e apresentaram novamente e com ajuda do Frei Lorenzete, frei franciscano, Dona Celina foi enviada para o Hospital Hemilio Ribas, em São Paulo, onde logo no primeiro contato, médicos diagnosticaram que o que ela tinha era contaminação medicamentosa. Dona Celina ficou em tratamento em São Paulo durante 1 mês. Nesse período a filha mais velha, 15 anos, que trabalhava de empregada doméstica, saiu do serviço para ajudar em casa. Sr. Matheus ficou cuidando dos filhos, sua irmã veio para ajudar. Nessa época não tínhamos dinheiro nem para comprar pão, relata Maria Aparecida. Sr. Matheus, de manhã pegava farinha de trigo água e sal, mexia, fazia uma massa e fritada na frigideira, chamávamos isso de massinha, "comíamos massinha de manhã e a tarde e gostávamos muito". Depois de um mês de tratamento em São Paulo, Dona Celina teve alta e retornou para casa, para alegria dos filhos. Em 1989, Sr. Matheus fica doente. Em Jau-SP é diagnosticado com câncer, 4 meses após o diagnóstico veio a falecer, com 59 anos. Maria Aparecida relata que ficou com trauma do alcoolismo do pai e de todas as consequências na família, mas confessa que superou esse trauma. Segue os nomes dos filhos de Dona Celina e Sr Matheus em ordem do mais velho para os mais novos: Gilberto Pedro Maria Aparecida Pedro Maria Célia Pedro (faleceu aos 9 meses de idade) Antonio Ademir Matheus Pedro (Matheus-Zuzu) Maria Regina Pedro José Aparecido Venerado Nilceia Pedro Nilce Pedro Valdir Pedro Fátima Pedro Jussara Pedro. Nesta semana, todos os filhos, netos e bisnetos de Dona Celina se reuniram por conta do seu Aniversário em 12 de outubro. Parabéns, Dona Celina, minha mãe! Que Deus dê para a senhora o dobro do amor que a senhora nos deu, a cada filho

Ouça o Programa abaixo: